Íntimo vazio

O silêncio principia meu momento de tumulto e tristeza...

Tão próxima de você,

Tão distante do nosso instante...

Que aliás, natimorto, não chegou a ser...

Escrito na lápide do teu sentimento,

Apenas meu nome jáz...

Vivemos como autômatos juntos no sexo,

Distantes no sentido do verso...

Ínfimo o fio de nossas afinidades.

Verdade, dura, mais a mais pura verdade.

Temos os teus e os meus projetos,

Os teus e os meus objetos...

Divido contigo meu sorriso

Preciso de teu rosto iluminado,

Pois que és mais que um amor, és amigo... Querido!

Mais não refletes e me perco no vácuo,

Mergulhada na escuridão,

Como se te servi fosse meu oxigênio, minha missão.

Omito então meus sentimentos, meus momentos, minha emoção,

Dilacerando assim mais uma vez meu coração,

Já tão remendado, quebrado pelas desilusões...

Abdico de sonhos em nome da tua presença

Será doença, descrença de capacidade?

Sem resposta vago procurando em outras faces,

O encanto de um olhar,

Que me precise, me instigue,

Comigo se identifique.

Bobagem. Sou irmã da sedução,

A libido não dá luz ao amor,

Só tesão... Paixão!

E me resta como consolo

Somente o medo da solidão,

Já que minha companhia não me basta.

Preciso aprender a me querer por perto,

Sorrir dos meus gestos... Amar minha companhia,

E só assim...

Nunca mais me sentir sozinha

Observadora
Enviado por Observadora em 17/02/2008
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