Houve um tempo...
Euna Britto de Oliveira
A fruta de formato fálico
Lembra-me a força de muitos:
A penca de homens da aldeia,
E dos que estão na cadeia
E ainda não sabem o que fazer
Sem a virilha da família...
Lá dentro, vão recuperá-los para a sociedade
E exonerá-los da liberdade
Que nem demorou a não ser...
Que as tentações não adivinhem
O dia em que minha força estiver menor.
Graça de estado e estado de graça,
Conheço os dois.
Descrença, também, e cangaço.
Decência, vintém e sargaço.
A graça que passa e não volta.
O grande rio sem volta.
A paz, o pus e a revolta.
A rica família de Assis,
O capuz dos franciscanos,
Os bárbaros sarracenos
E centenas de bens terrenos...
—“A senhora acredita que houve um tempo
Em que tive de fazer calcinha com molambo de coberta velha?
E quando as coisas arruinavam,
O que eu fazia era xingar e chorar.”
Conheci Dona Almezina depois de sua conversão.
É como conhecer um frasco da essência de Deus...