Sensibilidade

SENSIBILIDADE

Naquele amanhecer de outono

As aves voavam em bando...

E os seus gorjeios me despertavam

De um lindo e prazeroso sonho.

Pude sentir a mudança

Depois daquele sono

Em que me transformara por dentro...

Ninguém me viu naquele dia.

Era a entrada do outono

A natureza sofria a transmutação

Com a chegada de uma nova estação

E a mudança acontecia silenciosa.

Assim como a natureza

Minha vida ia se transformando...

Nas avenidas do meu próprio ser

Via espalhadas as folhas amarelas.

Estava renascendo dentro de mim

Um novo sol para me aquecer

E as flores voltariam ao meu jardim

Celebraria a vida, mesmo ao entardecer.

Renasceriam, então, outras primaveras!

O que parecia tão simples não era...

Trazia no meu seio sagrado o aroma mais doce

Das fantasias loucas e das quimeras.

Onde renasceu a robustez da vida

O vento soprou doçura no ar

Levada pelas borboletas

Num perene e eterno fantasiar.