Mas nada...

Desse chão que eu piso,

De mil poeiras eu levantei,

Desse ar que eu respiro,

Diversos fôlegos eu precisei.

E nessas caminhadas,

Ora de guerras, ora de paz,

Descortinei amigos e momentos,

Abraços e tormentos,

Mais de tudo que eu sei

E do nada que eu não vi

Foi nos rastros de ondas,

E nos caminhos do vento,

Que me deitei em seus sonhos,

Ao escutar seus pensamentos...

E assim invado cada leitor,

Dançando entre convicções,

Procuro refletir suas aspirações,

Mas desse opaco som que sai de mim,

Ficamos a escutar o nada,

Entre versos e estrofes,

Dessa poesia calada...

Quando pensei ter chegado o fim,

Percebi que a poesia não havia morrido,

E me perguntei: quem havia socorrido?

E vi minha pena assim...

Jogada num canto,

Pálida...

Entre objetos e tralhas...

Numa vaga luz cálida...

Sorri ao perceber,

Que a verdade de mim,

Residia de alguma forma...

No objetivo dessa pena...

Ou seria na pena do seu fim?

Nunca saberei...

Somente sei...

A luz cálida apagou...

Mas nada...

Rascunho de Poeta
Enviado por Rascunho de Poeta em 16/02/2008
Código do texto: T862628
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