Mas nada...
Desse chão que eu piso,
De mil poeiras eu levantei,
Desse ar que eu respiro,
Diversos fôlegos eu precisei.
E nessas caminhadas,
Ora de guerras, ora de paz,
Descortinei amigos e momentos,
Abraços e tormentos,
Mais de tudo que eu sei
E do nada que eu não vi
Foi nos rastros de ondas,
E nos caminhos do vento,
Que me deitei em seus sonhos,
Ao escutar seus pensamentos...
E assim invado cada leitor,
Dançando entre convicções,
Procuro refletir suas aspirações,
Mas desse opaco som que sai de mim,
Ficamos a escutar o nada,
Entre versos e estrofes,
Dessa poesia calada...
Quando pensei ter chegado o fim,
Percebi que a poesia não havia morrido,
E me perguntei: quem havia socorrido?
E vi minha pena assim...
Jogada num canto,
Pálida...
Entre objetos e tralhas...
Numa vaga luz cálida...
Sorri ao perceber,
Que a verdade de mim,
Residia de alguma forma...
No objetivo dessa pena...
Ou seria na pena do seu fim?
Nunca saberei...
Somente sei...
A luz cálida apagou...
Mas nada...