Madrugada

É madrugada.

O orvalho respinga triste

em minha alma fria,

trazendo a solidão,

minha única companhia.

Seu nome ecoa

em minha boca

e as estrelas,

tão boas atrizes,

fingem não perceber

o fim de meus dias felizes.

O dia espera,

como se toda solidão

pendesse das cortinas

e pudesse se soltar

ao amanhecer.

Que sabem os astros

do meu longo percurso

entre a noite e a manhã?

Andam por lá, em um céu

de ilusões e desenganos

nem se importam com meus planos.

De minhas dores, inocentes,

torpes e agonizantes...

(destas, só eu sei).

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 16/02/2008
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