Uma cena em branco e preto
Como uma cena em branco e preto
Eu sigo...
Provocando minhas próprias tempestades
A vida em vão, vestida como um soneto
Eu caminho...
E meus espelhos não me revelam as verdades
Procurando cores em em minhas decisões
Eu me ganho e me perco em ilusões
Tentando imaginar como seria
Se eu fosse outro alguém
Já não me importam mais as ausências
De que vale sofrer por carências
Se eu sozinha já sei o que me faz feliz
Se eu tentar voar para longe dessa monotonia
Minhas asas não resistirão à ventania
Que de meu coração tenta se libertar
Todos os sentimentos vivem nesta alma
E por mais que meu corpo mantenha a calma
Minha coragem é apenas uma história para contar
Como um pecado em branco e preto
Eu observo...
Como se sentisse vida dentro de mim
Minha solidão é o início deste concerto
E eu adormeço...
Afastando-me cada vez mais do fim...
Desejando preces que me façam acreditar
Meus fantasmas buscam proteção
Mas os anjos, essa cena esqueceram de pintar
De nada valerá minha simples oração
Não me importa mais o frio do inverno
Se nem mesmo o fogo me é terno
E eu já sei como viver sozinha
Uma cena em branco e preto
Meu reflexo no espelho das verdades
Presa em uma teia de amarga sanidade
Eu sigo...