Melancolia
Do pudor mais inveterado
Nasceu minha luxúria
Do pensamento mais fértil e apaixonado
Nasceu o motivo de toda fúria
As ilusões de um castelo de areia
O sangue alheio passando pela veia
Olhos que enxergam o que eu não vi...
Sorte de quem tem coragem de tentar
Lutando para sobreviver
Foi que tive minha queda mais fatal
Essa não é uma vida para se esquecer
Deixe que o tempo siga seu curso normal
Vivendo em um universo de sensações perdidas
Por mais que minhas esperanças não se dêem por vencidas
Meu coração só sabe vacilar
E quando é a mim mesma que eu posso trair
Não são minhas lágrimas as únicas a cair
Minha própria luz irá me guiar
As vozes que eu ouço a me confundir
Um poema triste, uma outra canção
Renascem das cinzas, prontas para seduzir
Toda a melancolia desta solidão
E as horas passam intransigentes...
Quem será o próximo a condenar
Jogando ao fogo tudo que eu quis esconder
Escondendo tudo que eu quis revelar
Sorte de quem sabe viver...
Que se formem os redemoínhos do tempo
Que meus dedos alcancem o firmamento
Quando minhas mãos ficarem vazias enfim
Tudo que a vida nos faz perder
Não serve para a alma fortalecer
Eu apenas tento deixar para trás.