Lírica d’alma
A calma d’alma,
Da mão, a palma,
No sepulcro, a calma,
De quem amou amar.
O sono eterno e certo,
Que aflora sendo calmo,
Não diz quem vai embora,
Só toma pelas mãos e leva,
Quem deseja mais, ficar.
Ai.
Quem me dera ter vida longa e certa,
Pra aprender da vida, a arte,
Transformar o bruto,
Amor de mártir,
Lapidar o coração.
Quero e d’alma, o grito,
Eis a palma das mãos feridas,
Do furor da solidão.
Engana minh’alma, engana.
O Feitiço, o terror e o medo do amor me tomam,
Trazem segredos,
Que, de todo, não se querem revelar.
Infâmia da calma d’alma,
É cigana a minha alma,
Nos caminhos da alma calma, guie-me!
Ensines-me, minh’alma, a amar.
Carlos José Maciel Alves
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