PEDRAS TÃO ANTIGAS
que são macias, aveludadas,
lisas como uma cachoeira.
De cor cinza prateada, quase chumbo,
ficam salpicadas, coloridas,
naqueles dias da Festa,
iluminadas de alegria,
molhadas de folia.
Sábias pedras
agüadas e lavadas
pela dança das luas
ao som dos maracatús.
E lá vem o Boizinho
com a menina portando seu estandarte
enquanto de longe,
sombranceiro e atento,
o amante lhe acompanha.
E lá vai o Boizinho
correndo as velhas pedras conhecidas,
brincando de criança pelas vielas,
molhando apaixonados
que ora beijam, ora dançam,
enquanto as bandas tocam,
mesmo após as luzes coloridas
que iluminam as ruas noturnas,
até pela madrugada,
no raiar de um novo
dia de carnaval.