MENINA
olho teu olho revirado
de sensualidade abarrotado
algo te sopra no rosto
coisa indizível
imprevisível coisa
de sopro
de gozo
mistério
pecado
de vento no cais
de barcas navegando no azul infindo
lá vai a garça
a gaivota que passa
a sombra do prazer tornada em coisa
luz e sombra
quase um quadro de Renoir
que há nessa boca
que vem dessa alma
tão estranhamente calma
qual o teu segredo, menina
quem anda em teu passo
quem dorme em teu regaço
quem olha em teu olhar
que barcos são esses nesses olhos de mar
por que caminhas devagar