O brilho cabisbaixo de uma pedra...

O brilho cabisbaixo de uma pedra caída no chão

pouco reflete a lágrima que corta a folha seca

tão caída no chão, tão amassada,

em rasgo que farrapo estica

sem a luz da manhã para aquecer o corpo frio

sem a luz da manhã, que demora a seguir,

devorando as entranhas da pedra no chão

pouco aprende com o tato na fina areia do chão

salta o farrapo de novo em salto de ar sem brilho

na esquina da parede do tempo passado

aquele brilho no olhar está perdido na fome

aquele brilho com cheiro da cola do tempo

solta na pedra do chão que ficou lá atrás

o que tanto passa desapercebido na rua

não entende o farrapo que sentado fica

contando as marcas das rugas das mãos

com o lodo embaixo da pedra

ainda cabisbaixo, pouco se levanta

pouco pode esperar do amanhã

nem uma mão estendida.

nem sei se foi pra dizer de alguma coisa que passou, e ficou sem a mesma intensidade...

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 29/03/2005
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