Caixa de Pandora
Sangue e água se fundem
Em uma dança de necessidades libidinosas
Nós nascemos para amar
Nessa terra de promessas rancorosas
Olhos que espreitam, sonhos adúlteros
Fantasmas de mágoas que deixamos para trás
Desejos que negamos nessa realidade de pudores
Onde sempre achamos que uma lembrança
É apenas uma agonia fulgás
Absorva minhas energias
Tire de mim tudo o que quiser
Minha poesia, minha inspiração
Meu sangue, minhas horas de melancolia
Deixe-me apenas esta noite
Para eu transformar em canção
Estou presa nesse círculo de virtude
Nessa caixa de Pandora, encontrei meu lar
Eu te concedo três desejos, amiúde
Se os males do mundo, você consigo levar...
Fogo e dor se entrelaçam
Nessa dança de prazeres e agonias
Nós nascemos para sofrer
Nessa existência de póstumas melodias
Vozes que aconselha, sonhos fúlgidos
Sombras que nos seguem sem destino
Deixe-me sofrer essa mágoa, meu desatino
Onde um cálice de luxúria me mata devagar
Profanando as orações que ainda me fazem chorar
Essa dor intensa e quente
Não me abandone à própria sorte
Esse corpo, frio e dormente
Não me apresente aos anjos da morte
Pandora escolheu essa serpente
Para revelar ao mundo sua sina
Molde meu corpo em um veneno entorpecente
Mantenha meus sonhos doces de menina...