Plenitude duvidosa

Acho que honra é bom

num jeito livre de acasos.

Quero liberdade sempre,

apertando tudo em espasmos.

Espasmos de prazer,

na força de conter impulsos,

que dilacera a alma,

tragando formas e recursos

que as formas se misturarm a fumaça de um ambiente ambíguo.

Num entrelaçar de pernas doces e alertas

que se espalham e ao mesmo tempo se apertam.

As cores disformes dos movimentos se encontram.

Nuances distintas se entrevam em um espetáculo único.

As dores esquecidas se desmontam.

De um terror surge-me cores em circulos.

As diferenças desmontam vínculos

e os vinculos me fazem perder a noção de compromisso.

Minha noção ressurge das crostas do tempo

O tempo?

Seria ele uma armadilha do novo século em suspensão?

Ou seria apenas uma marca diante do que se pensa ser o perdão?

Perdão?

A escória de minhas lembranças não deseja mais tal consolação.

Há apenas a certeza de que meu traço é feito com minhas mãos.

E traços são o máximo que posso fazer por tal paz, como faço amor a

[perder-me em descompasso.

E compassos são o mínimo do que me mostra capaz, tal como pacifico

[o que amo por passear sobre o feito do que perco.

E a perda é senão o inicio de um perdão, palavra entrecortada.

Malfada a minha voz exige plenitude.

E das falhas sou toda uma só voz.

Da falha sou a voz, num total de inquietude.

Enfim que me martiriza os prazeres terrenos.

Sem corte, sem perdão.

Toda perda, toda plenitude...

Toda prazer.

Todos entremeios perdidos de si mesmos.

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Composição em conjunto com minha cara amiga Lola, a qual se deve o brilhantismo do texto.

Rafael S P Valle
Enviado por Rafael S P Valle em 12/02/2008
Reeditado em 15/02/2008
Código do texto: T855986
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