O PLANETA AZUL
O Planeta Azul
Que linda a Terra, que bonitos os mares,
Que lindas as nuvens soltas pêlos ares
E os campos com olores que inebriam,
Levados pêlos ventos que ciciam
Entre as folhagens brandas dos palmares.
Que lindas as matas virgens que se espraiam
Por sobre as terras em verde as transformando,
E os longos rios, largos, volumosos,
Que entre elas vão serpenteando,
Distribuindo dádivas de vidas
Quais borboletas multicoloridas
Que entre as flores as vão polinizando.
Que lindos são os pássaros que voejam
Cantando enamorados entre as ramagens,
E as coloridas aves que em bandos,
Seguem planando nos braços das aragens,
E os insetos que zunem, zumbem, apitam.
E os vermes que nos humos se agitam,
Decompondo os dejetos das folhagens.
Que lindas as montanhas e seus aclives,
Seus abruptos penhascos e seus rochedos,
Suas belas nascentes e cascatas,
Seus cumes pontiagudos como dedos,
Que aos céus apontam como se dissessem
Que ascenderiam a eles se pudessem
E compartilhariam seus segredos.
E os animais, fitófagos ou predadores,
Todos e cada um são sós beleza,
No equilíbrio lindo em que os fizeram
Os que criaram toda a natureza,
E no habitat belo em que convivem,
Só os fortes e capazes sobrevivem,
E a lei da vida impera com justeza.
Que belos os desertos e suas dunas,
Que são mudadas aleatoriamente,
Pelos velozes e violentos ventos
Que ali sopram diuturnamente,
E seus oásis, nichos de beleza,
Atestatórios do amor que a natureza
Dispensa a todo e qualquer ser vivente.
E os litorais? Que haverá mais belo?
Sejam abruptas falésias ou planas praias,
Rochedos coralinos e cortantes,
Moradas de cações e de arraias,
Ou extensões de mangues lamacentos
Com estranhas arvores que raízes ao vento,
Exibem aos galhos tralhotos quais alfaias.
Que inexplicável sina a de odiarmos
Este planeta azul onde vivemos,
Que nos abriga, protege e alimenta,
E reciproca o bem, se o fazemos,
Mas inexoravelmente o destruímos
E um futuro negro construímos
Pois o destruindo para onde iremos?