CAROL
Trocou as canções de ninar,
As bonecas,
Os vestidos com fitas de cetim,
Sapatinhos de verniz,
Baldinho de praia,
Bexigas e enfeites de aniversário,
Livrinhos de colorir,
Laçarotes que prendiam os cachinhos,
O balé e teclado...
As canções de ninar quase sussurradas
deram lugar às “músicas da hora”,
que não ladrilham as ruas com pedrinhas de brilhantes...
Bonecas também perderam espaço...
agora são bonecas da mesma idade, que
riem escandalosamente... cochicham... bonecas que são cúmplices...
Dos livrinhos infantis surge um diário guardado às setes chaves...
Já não são mais cachinhos mas,
cabelos dormindo molhados e acordando em ondas...
Moletons, calças já com “defeito de fábrica” (rasgos), avisam aos cabidinhos todos encapados que já não são mais necessários...
Tênis com cadarços só de enfeite...
salto alto quando o relógio anuncia a “hora da balada”...
Biquínis, cangas, bronzeadores, óculos de sol, cremes, protetores...
é realmente não caberiam num baldinho de praia...
Festa?... Só a turma... Criança não! Adulto? Também não...
Balé e teclado eram sonhos... Mas sonhos meus...
Não trocou o beijo de boa-noite (às vezes às 4 da manhã), e
ainda acha que cama de casal não é só lugar para dois,
sempre cabe “mais ela”...
Chama-se Carol...
Carolina...
A minha menina...