O CHAMADO DAS PEDRAS

Havia uma tarde dentro de minha valise,

mas tudo deixei e fui ao escritório.

Digitei um poema de metal e dormi:

sonhei com praias de não haver.

O mar engoliu meu pranto

e mais salgado ficou.

O sol, sempre um anjo amável,

queimou meus verdes anos

e renasci.

No cio da aurora, me recriei.

Hoje estou aqui

onde não sei.

Havia uma tarde.

Abri a valise

e a tarde me abriu

as portas da revelação.

Por mim e por todos nós.