O SONHO DO POETA

Lá se vai o poeta.

Com os olhos fechados,

ali deitado,

não parece estar morto.

Está dormindo;

sonhando com o mundo

que desejou para ti.

Um mundo mais digno,

mais humano,

mais íntegro.

Livre da ganância,

da fome,

da intolerância e

da soberba.

Livre do trabalho escravo,

de crianças sem escola,

da discriminação,

dos preconceitos,

da politicagem,

da hipocrisia.

Livre do ódio,

do fanatismo,

Livre das guerras,

da estupidez;

da falta de amor.

Livre da alma podre.

Ó esperança;

Não vá.

Fique!

O mundo precisa de ti;

da sua inspiração,

dos seus versos,

de sua indignação,

do seu protesto;

do seu exemplo de humanidade;

da sua dignidade.

Disse o poeta:

“Vamos celebrar a estupidez humana,

a estupidez de todas as nações…”

Ele protestou,

ele xingou,

ele odiou,

ele choro e

acima de tudo, ainda amou.

Fique em paz,

grande poeta.

Você fez a sua parte.

(DEDICA AO MÚSICO E POETA RENATO RUSSO)