O choro do arrependimento
Um dia eu fui procurar por um amor, que longe de mim estava
Para uma pergunta fazer sobre tudo, quem era, o que procurava
Voltei cabisbaixa e triste, sem resposta, sem esperança, desiludida
Ao descobrir que o amor tinha partido, num vôo distante da vida
Sem pensar me entreguei para um nada, sem guarida chorei
Não pude olhar para a vida que em meus sonhos jazido estava
Caminhei entre espinhos, carregando a cruz voltei sobre o fogo
Que eu mesma ascendia quando o torto da vida me enganava
Demorou, os anos passaram por mim sem verdades, sem luz
Na escuridão encontrei a forma do amor, o paraíso luz da vida
Descobri que era feito de sentimentos raros e sem cobranças
Que o amor era esperança, desejo, realizações, chegada e partida
Abracei a dor, sorri para meu espelho, o que vi trouxe-me vida?
Não! Era minha vida chegando ao fim sem as quimeras
Deixei mil vezes que passasse esquecido por mim o amor
Até que o fim chegasse das tantas encantadoras primaveras
Hoje em meu rosto pálido, as rugas confessam a resistência insana
Feito de pó e lama, assim como a tolice, será meu corpo morto
Digno de pena e desprezo, por não deixar lembranças em vidas
A não ser a verdade explicita, exibida em cárcere para os loucos
Antes de partir devo dizer mais tolices? Ou calo-me como sempre!
Não responda! Não mais agora na morte que me fez ver vida
No encanto do amor que voa, na busca serena do verso autêntico
Que dita lições num mundo, cheio de desgraças, sofrimento e lida.
Branca Tirollo