Ligeira paisagem
Euna Britto de Oliveira
Site de Poesia: www.euna.com.br
Memorizei uma paisagem:
Montanhas, mata, gruta, névoa,
Nascente de água pura,
Samambaias de folhas rendadas,
Ramagens intrincadas,
Orquídeas silvestres e raras...
Sobressaindo na mata, embaúbas de folhas esbranquiçadas
Que atiçam o fogo de nossas ex-conversas...
Uma estrada de terra vermelha,
Beirando a estrada, uma casa pintada de branco.
Do lado de fora da casa,
Uma trempe onde se cozinha o que demora
E não se quer cozinhar na cozinha...
Um poleiro para produção de cânticos de galos e cocoricós de galinhas,
Ovos caipiras e carne branca para fomes presentes e futuras...
Gansos guardavam o Capitólio, de Roma.
Essa casa, na imaginação, sete cães vira-latas
E um de raça, um enorme mastiff inglês, a guardavam...
Sobrevoando a paisagem,
Tucanos e araras azuis...
Vou enfeitando o momento enfumaçado da cidade
Com lembranças cálidas de horas esgarçadas, esfumaçadas...
As coisas de Deus são boas e são inteiras.
E se mostram às claras!
Como as paisagens reveladas pela luz do sol!
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Os Gansos do Capitólio, de Roma
No ano 390 a.C., os gansos que protegiam a sede do Senado grasnaram, denunciando a infiltração silenciosa dos bárbaros e evitando que as tropas de Roma fossem atacadas pelas costas. O caso ficou tão famoso que é citado quase 2 mil anos depois, no livro Leviatã, de Thomas Hobbes...