Estrangeiro
Eis aqui meu distante coração estrangeiro,
Sem casa, sem cara e sem lugar.
Eis aqui meu vazio imensurável,
Uma forma nebulosa e inérte de deturpação.
Minh´alma é clandestina, informe e incolor,
Uma represa vertiginosa de incógnitas,
Meu coração é feito o sol que o breu devora,
Uma forma imprecisa e noturna de inconstância.
Eis aqui meu nômade coração sem descanso,
Uma nefasta travessia rumo ao nada,
Um grito inaudível em meio às pessoas,
Uma interrogação incessante de si mesmo.
Meu coração é esse viajante desconhecido,
Uma inquieta inflamação esquiva e inominável,
Meu coração é todo mundo e ninguém,
Uma impetuosa busca por se conhecer.
Thiago Cardoso Sepriano