Escuridão desconhecida
Mais uma noite
Mais uma porta para se abrir
Uma valsa inconstante
Um espelho negro a me refletir
Pulsam cores na escuridão
Eu posso ver aquela luz sem fim
Meu sangue límpido e sem emoção
Se espalhando por desconhecidas partes de mim
Outra vez sussurrando
Meu peito ainda está latejando
Eu durmo para não testemunhar
Outro sentimento perdido
Meu medo já se deu por vencido
Essa escuridão não pode mais me assustar
Deixa essa vida ressucitar
Meus sentidos reprimidos nesta teia
O escuro da noite já não é familiar
Pois a chama que ilumina
É a mesma que me incendeia
Mais uma lágrima
Mais uma porta a se fechar
Eu conto as horas, mas não chega a madrugada
Meus devaneios não irão se materializar
Feridas abertas, chagas eternas
Meu mundo perdeu toda direção
Minha sombra caminhando rumo ao precipício
Meus sonhos já não me dão proteção
Lá se vai minha memória
Possuida pelo feitiço do esquecimento
Já não vale a pena amenizar o sofrimento
Quando minha luz é a primeira a se apagar
Dentro de mim, a escuridão que não conheço
Neste vazio eu rapidamente enlouqueço
Essa é a noite que ainda me vigia...