Desalento !

Desalento !

Faço-me guerreiro e herói,

Escondo a dor da ferida que dói,

Faço figas e rezas ao santo,

Limpo as lágrimas e abafo meu pranto;

Em dias que espremidos, dão em nada,

E escrevo o que resta da história pela madrugada,

Rabisco as folhas para acalmar a alma,

Para não dar em louco,

Ou para entreter a mente, que de tão pouco,

Não está habituada.

Vivo um vazio de ideias e caminhadas,

Um árido terreno que diluo nas almofadas;

Sem sombras que sigam meu passo,

Sem perfume no caminho e fora do compasso,

O avesso de um jogo,

Onde vivo e onde morro,

Onde ilustro um belo quadro,

Fingindo as cores para desenhar meu fardo,

Uma história sem guião, nem fim à vista,

Um rodar de dias com futuro pessimista!

Nenúfar 7/2/2008

Nenúfar
Enviado por Nenúfar em 10/02/2008
Código do texto: T853744
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