Tratado com a morte
Tratado com a morte
E eu ainda ouvia a marcha fúnebre tocar ao longe
Num tratado de Tordesilhas onde razões não existem
Duma falta de terra e de esperança
Sem razões eloqüentes para um porque de viver
Como um jab de direita em minh'alma
E em meu cansado corpo febril
Do qual maltratado fora durante quinze anos...
A fumaça vaporosa que sufoca minha mente
E de minhas pernas a ânsia de tremer
Deslizando embriagado às secas entre paredes
Ao ver na luz branca um chamado...
Um contrato vindo pela dama de ossos
Cavaleira das trevas, senhora do tempo...
A aliada de meus delírios,
Dos quais ansiei durante tantos anos,
Mas agora que eu os vejo, receio-me estalactada
Como uma estátua esquecida num castelo.
E num colar de caveiras...
Um colar que cheira a sangue
Das almas condenadas que de todo,
Perderam o siso, e não ouviram o aviso mortal
Uma advertência lúgubre e impactante
Como o projétil cuspido de uma Magnum
Que atravessa a surrada e imunda fibra
Num alerta sem intermediários...
Uma segunda chance manchada a preto
A cor que o medo se faz mancha
Definhando o espírito aos poucos,
Num pospor assinado em tratado com a morte.