Adeus! Não sei quando volto...
Águida Hettwer
Lancei para alto, emoções mornas e vazias,
Que me corrompiam a alma, exorcizei tristezas ocultas,
Raspando solidão incrustada, abrindo portas trancafiadas,
Deixando a claridade adentrar,
Varrendo poeira de lembranças que me faziam chorar.
Moldando amor nas rimas das palavras,
Que outrora me alfinetavam a carne,
Sangrava sem cessar.
Retornei ao ventre materno
Para descobrir o mistério,
No infinito incomensurável,
Esperança no fim do túnel sustentável.
Tornando obrigações do cotidiano atraentes,
Comédias impostas por engano de repente.
O espelho se partiu ao meio,
Juntei cacos e me feri,
Por tantas vezes cimentei sonhos,
Busquei respostas, encontrei solidão.
Adeus, não sei quando volto!
Carrego apenas horas imaculadas,
Histórias contadas da outra que feneceu em mim.
08.02.2008