ANCESTRALIDADE

Cheirar metano,
a fuligem ofídica
do monóxido carbono?
É óscular a boca do cano.

Cheirar insano
nú frio sem pano
o presunto ensangue
à luz do gás neon.


la platas,
mucha latas
na precisão das sarjetas, 
tilintantes esquecidas na solidão das esmolas.

Cai-não-cai
no cartaz no banner
no puzzele,
no jogo da corda bamba, 
a polícia e o facinóra
corre e pega, sobe e desce,
recreiam de cabra cega e
beligeram de Tom e Jerry feitos Rambos.

Há uma AK 
para muita Fall 
e um beija-flor de chumbo perdido
que tráz jaz transpassa quente a tua massa sem classe na urb do caos.

No cume da estatística indigente é pobre, negro,
blanco,cafuso, mediano! 


sombras 
de meter medo no beco, 
do guetto ter da fome do mangue.

Do 
poète maudit 
sobejar a caixa do lixo
mudar mandar de luxo  o mundano imundo do burgo.

B
a
r
a
t
a
s,

ratos e lacraias,

p
r
i
m
a
t
a
s,

lacaios, peçonhos e escrotos. 

Ancestrais
ambíguos somos todos nós,
ou serão eles nossos avós?

SERRAOMANOEL - SLZ/MA - TRINIDAD - 08.02.2008.
serraomanoel
Enviado por serraomanoel em 08/02/2008
Reeditado em 16/07/2008
Código do texto: T850559
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