MARTELO MEDITADO
(Em homenagem ao eterno amor de Jean-Pierre Jeunet)
Mergulhada em pesadelo
Despertei-me pela noite
Tenho feito muito pouco
Fato anti-ato constatado
Perdi-me numa redoma
Espelhada e magnética
Sugou tudo o que me havia
De beleza e metal raro
Sobrou-me usura e medo
Deste mundo prolongado
De jovem rosto enrugado
Verto eclética nostalgia
Destes versos maculados
Borrados na mão que um dia
Erguia espadas contra o céu
Hoje só prega em madeira -
OH, MARTELO MEDITADO!
Forjando dor em comprimido
Findo errando, não a expando
Caio em sono, profundo sono
E levo os meus dias de fuga
Ao seu verdadeiro dono