MARTELO MEDITADO

(Em homenagem ao eterno amor de Jean-Pierre Jeunet)

Mergulhada em pesadelo

Despertei-me pela noite

Tenho feito muito pouco

Fato anti-ato constatado

Perdi-me numa redoma

Espelhada e magnética

Sugou tudo o que me havia

De beleza e metal raro

Sobrou-me usura e medo

Deste mundo prolongado

De jovem rosto enrugado

Verto eclética nostalgia

Destes versos maculados

Borrados na mão que um dia

Erguia espadas contra o céu

Hoje só prega em madeira -

OH, MARTELO MEDITADO!

Forjando dor em comprimido

Findo errando, não a expando

Caio em sono, profundo sono

E levo os meus dias de fuga

Ao seu verdadeiro dono

Kadja Ravena
Enviado por Kadja Ravena em 08/02/2008
Reeditado em 21/10/2009
Código do texto: T850431
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