A OUTRA

Teus olhos que choram cada despedida

Teus braços que lembram dos abraços que não ficam

Tua cama que registra meus atos, após a minha saída

Tuas mãos que me pedem pra ficar, quando pra mim se esticam!

Teu corpo que não consegue se livrar do meu prazer

Teu amor próprio que assiste de longe o teu caminhar

Tua liberdade que corre para as grades quando me vê

Tua dignidade que se acha indigna, de não me amar!

Tua justiça, que não se importa de dar mais do que recebe

Teus feriados que só me têm nas tuas vontades

Tua consciência, que só transgredindo se sente leve

Tuas madrugadas, que só dormem comigo através das saudades!

Tua moral, que é notícia na boca de tantos

Tua certeza de que o destino incerto prefere

Tua alegria, que só disfarça teus íntimos prantos

Tua oração de que a vida incompleta um dia se altere!

Teu coração, que sempre ordena o silêncio da razão

Tua coragem de pelejar uma guerra vencida

Tua vitória é poder lutar contra o medo da solidão

Tua vantagem é ser amada até mais que a preferida!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 07/02/2008
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T850005
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