Fisiologia do caos
Gentil face que cospe e mata
que engana, mesmo o mais vivaz.
Espesso liquido, de expressão pacata
que tira do mundo a visão, a paz
Do terno olhar, sobrou na retina
material vivo que na memoria jaz.
Lembranças da estricnina
que mata o mais feroz, envenenado estás.
Ó! doce etileno porque não me dissestes antecipado?
Que maçã, podre, apodrece a cesta.
Mas de tolo interpreto, fui enganado
por um anjo que mais parece besta.
Com o amor sonho, sonho dos vivos.
E mais parecem mortos, vazios,opacos.
Alguem conte o que dizem os livros
nas médicas páginas, somos ossos em sacos.
Do sorriso vem o pranto, do amor, o ódio.
O perdão está para o vento assim como este para o mar.
Ou mesmo o infarto está para o sódio.
Assim como meu espirito, para o amar.
Mas ninguém quer ver, preferem não enxergar.
Até mesmo com lobos preferem sofrer.
Do que com cordeiros ,na suave lã, se esquentar.
Alcatéia dos que vivem, sem vida, morrerão sem conhecer.
E o mais doce sentimento, provar.
Mel que liberta e ilumina sem intenção
o escuro dos átrios que de lágrimas venenosas, no afogar
farão infartar, devagar, meu coração.