SUFOCO

Meus versos são tortos,

imperfeitos, sem qualquer

medida ou regra.

Escrevo singular.

Não faço rimas pobres ou toantes,

femininas ou ricas

consoantes ou cruzadas,

emparelhadas, masculinas

alternadas, interpoladas

ou coroadas.

Escrevo sem consoar.

Não sigo compasso certo,

minha poesia é desigual.

Soa forte, soa fraca,

soa dissonante.

Escrevo sem ritmar.

O poema urge. Irrompe.

Sem limites,

ou normas rígidas,

bloqueios.

Escrevo sem formatar.

Junto palavras-emoções

num mosaico-brinquedo

sem qualquer ordem ou lei.

Escrevo p’ra não sufocar.

(para o Forum, tópico Sem Métrica e Sem Rima)