Janelas que observam

Sinto-me controlada

Aprisionada em meu próprio corpo

Como uma caixa de segredos violada

Apenas luzes desconhecidas me guiam...

Meus passos marcados no chão

Revelam o caminho que eu não segui

As estrelas deixam vestígios na escuridão

Histórias das noites em que não dormi

Até mesmo sua alma me persegue

Janelas me observam sem parar

Correntes que me sufocam...

Cicatrizes que não deixei

Insistem em me machucar

Essas grades não podem prender meus desejos...

Nesta dança de pura agonia

Somos paralelas fora de simetria

Onde a dor dói apenas em mim

Ilusões em uma mente doentia

Provocaram a tempestade que eu mais temia

Fazendo-me cair neste abismo sem fim

Sinto-me vigiada

Possuida, invadida, manipulada

Tentando me agarrar em qualquer lembrança

Para não perder minha sanidade...

Mãos atadas em profunda oração

Palavras que geram a mais cruel violência

O medo me toma inteira

Sepultada em minhas reações, prisioneira

Enquanto meu coração apenas pede clemência...

Essas janelas só podem vigiar

O que seus olhos podem ver...

Não há como controlar meus sentimentos

Memórias caminham livres por meu pensamento

E assim não há como te pertencer...