PASSAGEIRO DO TEMPO
O tic-tac ecoa na sala.
Seu olhar distante,
ainda passante, espreita as horas.
Personagem do tempo, sem alento.
Caminhas nas ruas desertas
com seus sapatos rôtos
dobrando a esquina e o rosto
em busca de quimeras.
Anda...anda..., vagueia o peregrino
nessa noite de brumas
apartando a loucura de mais uma busca,
busca de si para si.
Procura nas vielas escuras
a luz que habita em si.
O tempo escoa entre as mãos
aproximando a solidão do ancião.
Já não importa se é noite ou se é dia.
O que importa é diluir essa agonia
de viver no compasso do tempo.