MANHÃ, TARDE, NOITE

MANHÃ, TARDE, NOITE

Andrade Jorge

Ranço siberiano

gélido

ou lava de vulcão

letal,

assim é ela como furacão;

De manhã sem censura.

Amenidade esvoaçante

num ventinho gostoso,

impulsividade amainada

ira aplacada,

sem mais nenhum alarde

assim é ela à tarde.

As estrelas brilham mais intensamente

os vaga-lumes clareiam até a lua,

a dama exala seu perfume

de amor,

a paixão está no ar

o único açoite

são de mãos, braços, pernas,

que se enroscam

e a boca ávida querendo beijar,

assim é ela à noite.

O importante:

eu a quero

amante,

pela manhã, tarde e noite,

os defeitos fecho os olhos, desconsidero.

15/01/07

ANDRADE JORGE

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