SEU NOME

Eu te amei aos quinze anos de idade um amor derradeiro,

Não tinha idade para entender a dor quando se é esperança.

Aquela dor intermitente, por vezes, enganadora, como se fora

beijo na testa. Eu te amei jovem como queria e não sabia,

como querias, ao olhar-me calada e louca.Seus lábios me diziam

apenas queixas, mas suas mãos ignoravam-nas, imprudentes.

Sua pele encantava meus dedos, afoitos, empurrando-me ao

desconhecido do perigo. Foi amor de tempo inteiro, eterno

aos quinze anos. Foi tão passageiro como a vida antes da pressa.

Não me arrisco a falar seu nome, não recordo a pronuncia, porque

muitas foram as brigas e muitas as maneiras.Calei-me à escola

do mundo, gelei, porque sabia de tudo. Pelas noites apenas

murmúrio para não entregar o meu medo. E hoje não falo o

seu nome, ainda busco a pronuncia, Porque aos quinze anos amei,

o que nunca me foi conhecido.Aos quinze anos me era eterno

como hoje, que permanece poema.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 29/03/2005
Reeditado em 29/03/2005
Código do texto: T8481