SEU NOME
Eu te amei aos quinze anos de idade um amor derradeiro,
Não tinha idade para entender a dor quando se é esperança.
Aquela dor intermitente, por vezes, enganadora, como se fora
beijo na testa. Eu te amei jovem como queria e não sabia,
como querias, ao olhar-me calada e louca.Seus lábios me diziam
apenas queixas, mas suas mãos ignoravam-nas, imprudentes.
Sua pele encantava meus dedos, afoitos, empurrando-me ao
desconhecido do perigo. Foi amor de tempo inteiro, eterno
aos quinze anos. Foi tão passageiro como a vida antes da pressa.
Não me arrisco a falar seu nome, não recordo a pronuncia, porque
muitas foram as brigas e muitas as maneiras.Calei-me à escola
do mundo, gelei, porque sabia de tudo. Pelas noites apenas
murmúrio para não entregar o meu medo. E hoje não falo o
seu nome, ainda busco a pronuncia, Porque aos quinze anos amei,
o que nunca me foi conhecido.Aos quinze anos me era eterno
como hoje, que permanece poema.