Bloco da espera.
Vejo-os sair eufóricos,
numa alegria sem limites.
Prá mim se torna o começo de
uma espera que parece não ter fim.
Busco não ver,não ouvir nada que se
relacione ao fato,mas me curvo diante
da realidade que para mim vem em forma
de maldade,e enquanto espero o final do
terceiro ou quarto ato,vou me acabando
aos poucos,pois não vivo,só me arrasto.
Enquanto lá fora desfila a vida fantasiada,
eu entro com minhas vestes já surradas pelo
medo de tantos outros carnavais.
Não discordo sobre a festa em sí,mas sobre um
perigo que fica invisível, pois muitos acham que
tudo é possível,e de certa maneira não entendem
que tudo terá fim na Quarta-feira.
E rezo,para que a única cinza que terão acesso
seja aquela passada sobre a testa,e que possam
brincar novamente,felizes e contentes pela a vida
a fora.E eu estarei recolhido no meu canto,torcendo
entre os tantos que formaram o bloco da espera,cuja
festa só começa quando acaba o carnaval.