Bloco da espera.

Vejo-os sair eufóricos,

numa alegria sem limites.

Prá mim se torna o começo de

uma espera que parece não ter fim.

Busco não ver,não ouvir nada que se

relacione ao fato,mas me curvo diante

da realidade que para mim vem em forma

de maldade,e enquanto espero o final do

terceiro ou quarto ato,vou me acabando

aos poucos,pois não vivo,só me arrasto.

Enquanto lá fora desfila a vida fantasiada,

eu entro com minhas vestes já surradas pelo

medo de tantos outros carnavais.

Não discordo sobre a festa em sí,mas sobre um

perigo que fica invisível, pois muitos acham que

tudo é possível,e de certa maneira não entendem

que tudo terá fim na Quarta-feira.

E rezo,para que a única cinza que terão acesso

seja aquela passada sobre a testa,e que possam

brincar novamente,felizes e contentes pela a vida

a fora.E eu estarei recolhido no meu canto,torcendo

entre os tantos que formaram o bloco da espera,cuja

festa só começa quando acaba o carnaval.

DIASMONTE
Enviado por DIASMONTE em 03/02/2008
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