Folha seca

Folha seca, conte-me sua vida.

Por que foi desprendida

do galho onde nasceu?

Conte-me, folha querida,

quero saber se o seu passado

também foi igual ao meu.

Também sou desprendido

do galho onde fui nascido...

Tenho passado tristonho,

minha vida é nostalgia,

tudo é melancolia

não tenho dia risonho.

Folha seca, se por milagre,

não fosse eu um plebeu,

lhe daria tudo que a natureza não deu.

Daria o perfume, a brisa leve e sadia

e o verde com que nasceu.

Sei que tu és o símbolo

de uma vida do passado...

Hoje, choro junto a ti,

pois também fui desprezado.

Irineu Felippe de Abreu
Enviado por Irineu Felippe de Abreu em 02/02/2008
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