AMOR

O amor bate no peito com um jeito perfeito

De tudo que faz o mundo girar.

O amor, esfera do querer, preenche sem saber,

O vazio, pétala murcha, que faz a nossa vida desabar.

O amor, distante como um sopro de vento sul,

Soergue no coração dos mais duros,

Levanta num vulto a tonalidade azul

Que ficara esquecida em sentimentos impuros.

O amor... é destreza dos afoitos,

Um resquício de saudade,

A energia dos coitos,

A magia revelada num olhar de verdade.

O amor é um verso distinto que revela

O coração do poeta, que o abre como uma flor

E se desmancha em alegria singela

E se desfaz das amarguras da dor.

O amor... Ah, o amor!

Nivela as opiniões,

Encurta as distâncias,

Descobre paixões.

Colhe e acolhe universos paralelos,

Sedimenta o fruto da essência que transborda

Pelos alicerces da vida unificada pelos elos.

O amor revela o valor que a ausência recorda.

O amor é um beijo ardente,

Um abraço apertado.

Um querer, somente...

Um grito calado.

O amor é fruto proibido,

Reanima a voz dos vencidos,

Salienta o prazer da libido

E nos faz mais fortalecidos.

O amor é a energia que flui,

A beleza das coisas sutis.

O amor apenas inclui

E lustra nosso sorriso como um verniz.

O amor é a fonte por onde jorra o aconchego,

Por onde queremos estar sempre em constante estado de graça

E traça nosso destino com o carinho do apego

Deixando, somente, que o ódio esvaia-se como fumaça.

O amor é um desabrochar de contentamento,

Um estar bem consigo mesmo,

Com a certeza de que só o autoconhecimento

Pode afastar as agruras, o lamento, o esmo.

Márcio Ahimsa
Enviado por Márcio Ahimsa em 01/02/2008
Código do texto: T842003