AMOR
O amor bate no peito com um jeito perfeito
De tudo que faz o mundo girar.
O amor, esfera do querer, preenche sem saber,
O vazio, pétala murcha, que faz a nossa vida desabar.
O amor, distante como um sopro de vento sul,
Soergue no coração dos mais duros,
Levanta num vulto a tonalidade azul
Que ficara esquecida em sentimentos impuros.
O amor... é destreza dos afoitos,
Um resquício de saudade,
A energia dos coitos,
A magia revelada num olhar de verdade.
O amor é um verso distinto que revela
O coração do poeta, que o abre como uma flor
E se desmancha em alegria singela
E se desfaz das amarguras da dor.
O amor... Ah, o amor!
Nivela as opiniões,
Encurta as distâncias,
Descobre paixões.
Colhe e acolhe universos paralelos,
Sedimenta o fruto da essência que transborda
Pelos alicerces da vida unificada pelos elos.
O amor revela o valor que a ausência recorda.
O amor é um beijo ardente,
Um abraço apertado.
Um querer, somente...
Um grito calado.
O amor é fruto proibido,
Reanima a voz dos vencidos,
Salienta o prazer da libido
E nos faz mais fortalecidos.
O amor é a energia que flui,
A beleza das coisas sutis.
O amor apenas inclui
E lustra nosso sorriso como um verniz.
O amor é a fonte por onde jorra o aconchego,
Por onde queremos estar sempre em constante estado de graça
E traça nosso destino com o carinho do apego
Deixando, somente, que o ódio esvaia-se como fumaça.
O amor é um desabrochar de contentamento,
Um estar bem consigo mesmo,
Com a certeza de que só o autoconhecimento
Pode afastar as agruras, o lamento, o esmo.