A ES FINGE MEN TE
O poeta que fin ge
quase sempre é bom ator
o poeta que men te
o faz sem o menor pudor
se acha no direito
(e o tem com certeza)
de tornar imperfeito
o perfeito de rara beleza!
Para o poeta fingidor
a vida é utópica, mera ilusão
e sente prazer em dizer que é dor
o amor que carrega no coração
por isso, fin ge e men te
mas diz que é obra do acaso
e se considera descarada mente
vítima de imerecido descaso
forjando realidades
se faz passar por alienado
pois, se mostrar suas verdades
será fatalmente desmascarado!
Surge então o ser comum,
revestido de sua fraqueza
mas em momento algum
se deixa mostrar com clareza
pois estaria em controvérsia
com sua atuação nos palcos da vida
assim o poeta fingidor, sem modéstia
continua mentindo de forma atrevida...
Sônia Maria Grillo
(Baby®)
28.11.2007
RJ