LINHAS TORTAS
Se estas linhas tortas fossem
Talvez nelas certo eu escrevesse
Todavia... Sobre o quê eu falaria?
Das arras, amarras, vestígios
Dos amigos gastos em suicídios
Em meus andaimes por entre o presente
De meu tempo, vasto tempo inconseqüente
Ignorei as vezes que me desviei incrédulo
Horas que cervejeei do lúcido ao intrépido
Rotulando as vigas de meu telhado
Tão forte, fraco e seco de enfado
(Esperei tanto o nascer da luz em agonia
Pra que eu pudesse ver: era já outro dia )
Outra teia austera e cosmopolita
A encruzilhar o enredar-se de quem se reedifica
Todos ministrados no léu desta ciência
Manifestejando o apoteótico curso da existência
Em curso indefesamente, defesa está a mente...
Dos obscuros deste mundo... Cheio de gente
Que escreve deus com inicial maiúscula
Venerando o detentor das tais linhas tortas...