O camaleão
Nada é mais constante do que a mudança.
Às vezes sim, às vezes não;
Às vezes vou, às vezes fico;
Às vezes a certeza, às vezes a dúvida;
Às vezes rio, às vezes choro;
Às vezes o certo, às vezes o errado;
Às vezes a alegria, às vezes tristeza;
Às vezes simplicidade, às vezes confusão;
Às vezes chovo, às vezes ensolareço;
Às vezes inverno, às vezes verão;
Às vezes ligo, às vezes desligo;
Às vezes nasço, às vezes morro;
Às vezes bebo, às vezes como;
Às vezes roupa, às vezes nudez;
Às vezes corro, às vezes ando devagar;
Às vezes nervos, às vezes calmaria;
Às vezes dia, às vezes noite;
Às vezes grito, às vezes calo;
Às vezes fecho, às vezes abro;
Às vezes escrevo, às vezes apago;
Às vezes rasgo, às vezes o remendo;
Às vezes pinto, às vezes bordo;
Às vezes água, às vezes vento;
Às vezes lama, às vezes areia;
Às vezes o sapato, às vezes os pés descalços;
Às vezes leio, às vezes passo o olho;
Às vezes a doença, às vezes a cura;
Às vezes o céu, às vezes a terra;
Às vezes pai, às vezes mãe;
Às vezes me importo, às vezes ignoro;
Às vezes Deus, às vezes o Diabo;
Às vezes preto, às vezes branco;
Às vezes claro, às vezes escuro;
Às vezes rosa, às vezes azulado
Às vezes amarelo, às vezes vermelho;
Às vezes cada cor do arco-íris,
Mas uma coisa de cada vez
E todas ao mesmo tempo;
Às vezes sou assim, às vezes eu não sou;
Uma coisa de cada vez e todas ao mesmo tempo;
Às vezes liberdade, às vezes prisão;
Às vezes o barulho, às vezes o silêncio;
Às vezes tudo, às vezes nada;
Às vezes amor, às vezes ódio;
Às vezes beijo, às vezes abraço;
Às vezes a vitória, às vezes a derrota;
Tudo no seu tempo certo,
Pois nada é mais constante do que a mudança