O camaleão

Nada é mais constante do que a mudança.

Às vezes sim, às vezes não;

Às vezes vou, às vezes fico;

Às vezes a certeza, às vezes a dúvida;

Às vezes rio, às vezes choro;

Às vezes o certo, às vezes o errado;

Às vezes a alegria, às vezes tristeza;

Às vezes simplicidade, às vezes confusão;

Às vezes chovo, às vezes ensolareço;

Às vezes inverno, às vezes verão;

Às vezes ligo, às vezes desligo;

Às vezes nasço, às vezes morro;

Às vezes bebo, às vezes como;

Às vezes roupa, às vezes nudez;

Às vezes corro, às vezes ando devagar;

Às vezes nervos, às vezes calmaria;

Às vezes dia, às vezes noite;

Às vezes grito, às vezes calo;

Às vezes fecho, às vezes abro;

Às vezes escrevo, às vezes apago;

Às vezes rasgo, às vezes o remendo;

Às vezes pinto, às vezes bordo;

Às vezes água, às vezes vento;

Às vezes lama, às vezes areia;

Às vezes o sapato, às vezes os pés descalços;

Às vezes leio, às vezes passo o olho;

Às vezes a doença, às vezes a cura;

Às vezes o céu, às vezes a terra;

Às vezes pai, às vezes mãe;

Às vezes me importo, às vezes ignoro;

Às vezes Deus, às vezes o Diabo;

Às vezes preto, às vezes branco;

Às vezes claro, às vezes escuro;

Às vezes rosa, às vezes azulado

Às vezes amarelo, às vezes vermelho;

Às vezes cada cor do arco-íris,

Mas uma coisa de cada vez

E todas ao mesmo tempo;

Às vezes sou assim, às vezes eu não sou;

Uma coisa de cada vez e todas ao mesmo tempo;

Às vezes liberdade, às vezes prisão;

Às vezes o barulho, às vezes o silêncio;

Às vezes tudo, às vezes nada;

Às vezes amor, às vezes ódio;

Às vezes beijo, às vezes abraço;

Às vezes a vitória, às vezes a derrota;

Tudo no seu tempo certo,

Pois nada é mais constante do que a mudança

Isadora Oliveira
Enviado por Isadora Oliveira em 31/01/2008
Código do texto: T840305
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