Em minha Solidão: Augusto...

Em minha Solidão: Augusto...

(Para Augusto dos Anjos!)

Em minha solidão eu ouço Augusto

Seu jeito, assim, de pássaro molhado:

A Vida, João? É spleen! Suspiro! É susto!

Pena maior que expia um condenado!

Se por aí, passei, foi sem querer

Em meu sofrer terrível (de bastardo!)

Quanto é difícil, João, sobreviver

Se brilha o Sol e é noite em nosso Fado!

E se te atreves a escrever Quimeras

Se corajoso é o verso – e realista

Ah, julgam-te um demente... pessimista!

E assim teus dias forjas nas esperas...

Sem decifrar a Vida (esse Mistério!)

Resta enterrar tua Dor no cemitério!

Porto Alegre, 26 de outubro de 2006. 11h29min

JJota
Enviado por JJota em 30/01/2008
Código do texto: T839561
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