Hoje resolvi não mais jogar meus sonhos pela janela
Hoje resolvi não mais jogar meus sonhos pela janela
uma nova era para mim, celebro meu vinho, minha busca
Prefiro agora não mais olhar pra trás, reescrever minha novela
Com as mãos ao céu, tampo o sol que me ofusca.
Hoje eu resolvi cantar a canção da vida
Um berro desafinado para atingir os tímpanos podres
Quero o mal-estar aos ladrões de liberdade. Vamos, diga!
Estaremos sobre as ruínas das pilastras dos horrores?
Hoje resolvi não mais jogar meus sonhos fora
Declaro o fim das nossas lágrimas, iniciando nossa guerra
Destruiremos também ao que se deixa vencer e por isso chora
Desperdiçando as lágrimas que não fertilizam a terra.
Levanto as mãos ao céu e atiro ao ar um grito forte
Bebo o vinho para celebrar o início de meu final feliz
Sinto que no peito agora se fecha o profundo corte
Que ao me negar, com meu ódio estilete eu mesmo fiz.
Vamos nessa viagem sem volta onde nossos vícios são válidos
Nossos corpos cheios de inquietações inconscientes
Nossas mãos ainda fortes, nossos rostos ainda pálidos
Nossa sede de liberdade cessa onde a força fez sua nascente.
Hoje eu resolvi não mais vender meus sonhos para os covardes
Vamos lutar por nosso amor, mesmo que utópico, vamos lutar
Vamos enfrentar os batalhões, vamos queimar seus estandartes
Vamos ressuscitar, cada um de nós, antes de tudo, nos amar.
Se nossas esperanças nos feriram com espinhos da tristeza
Vamos nos armar de vontade e ferir o ego dos que se dizem justos
Com as mãos ao céu, o ar passa e leva, como em uma correnteza
O grito de vida, que haveremos de conquistar a qualquer custo.
Ergo as mãos ao céu e me vejo potente e ainda mais forte
Não olho para trás pois o perigo está logo ali (ou à frente)
Como dragões adestrados cuspindo fogo, vencendo a morte
Tiremos as faixas dos nossos olhos e quebremos a corrente.
-------------
Aos dois de julho de dois mil e cinco.
Perdido por entre meus 'rascunho' (com uma alteração no último verso da última estrofe por correção de tempo verbal).