A sobrinha do Carlão.

Muito se pouco, um tanto não raro

que abismado subiu o morro,

e morreu atropelado.

Foi no dia do batismo,

o filho emergido em água benzida

e o trabalho atrasado.

Acordou, beijou a esposa,

brincou com o cachorro

beliscou a bunda da sobrinha

e num tati-me-cati, soprou o destino -

coitado, imigrante solitário. (safado).

Dizia-me no bar:

Juca, Juca, Juca

Tantas frutas por ai, e eu com essa tralha...

Lembrou da bunda da sobrinha,

Ah... que calor, que pitaco...

Pois que tanto, era hora - e certa

Passou na lujinha do Safira,

pegou a encomenda e foi-se.

Era a ultima vez que veríamos Carlão da Bota.

Agora apenas um assassinado...

E todos os dias, numa memória sacal

lembramos do pobre homem,

tão logo sua sobrinha passe, assobiamos:

hum... e que espetáculo!

Raul Koliev
Enviado por Raul Koliev em 29/01/2008
Reeditado em 29/01/2008
Código do texto: T837500