Isquemia

Em sinfonia e sintonia o sombrio pede passagem.

O que dizes?O que queres?Não vê?

Que a felicidade fez sua viagem

escrito num poema que não lê?

A hipocrisia sim viu no tolo a morada.

O amor cego ainda,insólito vive.

Casamento ou mortuário, uma estrada.

A solidão das almas de certo tive.

E na serosa lágrima, que não soube cessar.

Plexos de emoções tristes, diárias

que no lúmen criam lagos e um mar.

Decepções da vida que viu várias.

Substituindo a atividade vascular.

Sorrisos se vão sem despedir.

Sem nutrir o encéfalo que falha.

Não tarda também os olhos, sem abrir.

Sinoatrial que não pulsa e repulsa

de medo do desconhecido,há esperança?

E cansado do pranto soluça.

Não existe de fato a tal bonança?

Vá, vá dormir para a verdade.

Átrios e ventrículos determinam o parar

Profundas sensações se vão em eternidade,

com o pulso que ditava o ritmo do amar.