Minha infância

Onde anda a inspiração?

Pra reviver a infância

Do meu pobre coração

de humildade e tolerância.

Fui uma criatura tímida

Sem esperança ou vaidade.

Vivia às escondidas

Dos garotos da cidade.

Julgava-me inferior.

De casa nunca saía.

Minha vida era um terror...

Quando falava com alguém, esse alguém logo se ria.

Sbia que era feio...

Que poderia eu fazer?

O feio aqui também veio...

Não deveria me aborrecer.

Mas tudo tem seu fim

E a feiúra também...

Se alguém se rir de mim,

Rirei dele também.

Sou um feio até simpático...

Mandei embora a humildade

Dispensei a aldeia cheia de obstáculos

E vim morar na cidade.

Aqui, canto de galo,

Todos olham prá mim.

Não riem mais quando falo...

Como gosto de ser tratado assim!

Irineu Felippe de Abreu
Enviado por Irineu Felippe de Abreu em 28/01/2008
Código do texto: T837046