Minha infância
Onde anda a inspiração?
Pra reviver a infância
Do meu pobre coração
de humildade e tolerância.
Fui uma criatura tímida
Sem esperança ou vaidade.
Vivia às escondidas
Dos garotos da cidade.
Julgava-me inferior.
De casa nunca saía.
Minha vida era um terror...
Quando falava com alguém, esse alguém logo se ria.
Sbia que era feio...
Que poderia eu fazer?
O feio aqui também veio...
Não deveria me aborrecer.
Mas tudo tem seu fim
E a feiúra também...
Se alguém se rir de mim,
Rirei dele também.
Sou um feio até simpático...
Mandei embora a humildade
Dispensei a aldeia cheia de obstáculos
E vim morar na cidade.
Aqui, canto de galo,
Todos olham prá mim.
Não riem mais quando falo...
Como gosto de ser tratado assim!