Volto a desaguar na escuridão...
Volto a desaguar na escuridão...
Já acordaram de manhã com uma estranha sensação de pessimismo?
Que faz do corpo um diabo e da alma um inferno?
Que ludibriam as flores ao encontro do ermo...
E estas, solitárias, pasmam um estranho lirismo.
Sempre sofri com as vicissitudes, mas apreciando a beleza das flores;
Mas agora me amedronto com o indizível do dizer do que quero;
Nem mesmo a linguagem lógica transpõe o cérebro austero;
E as idéias disformes refletem distorcidamente os horrores.
O que é o amor? Esfera da vida com poder cósmico?
Ou reflexo imaginário das sutilezas do viver eufórico?
Estou nesse universo humano de muitas perguntas e poucas respostas...
Num almejar do nada em meio ao próprio nada...
E já não falo mais daquela crise existencial romantizada...
Mas dos pormenores que o universo cotidiano comporta!
***
O que é o meu corpo? Objeto marionete nesse mundo?
Repleto de obstáculos que não consigo ultrapassar...
E faltam mãos para me segurar...
Então minhas mãos tocam as estrelas, o profundo...
Mas meu corpo não sai do chão no qual "eles" o insistiram em fixar;
Já sou eu falando nesse momento que eu desconcertei?
Acho que agora nem eu mesma sei...