Volto a desaguar na escuridão...

Volto a desaguar na escuridão...

Já acordaram de manhã com uma estranha sensação de pessimismo?

Que faz do corpo um diabo e da alma um inferno?

Que ludibriam as flores ao encontro do ermo...

E estas, solitárias, pasmam um estranho lirismo.

Sempre sofri com as vicissitudes, mas apreciando a beleza das flores;

Mas agora me amedronto com o indizível do dizer do que quero;

Nem mesmo a linguagem lógica transpõe o cérebro austero;

E as idéias disformes refletem distorcidamente os horrores.

O que é o amor? Esfera da vida com poder cósmico?

Ou reflexo imaginário das sutilezas do viver eufórico?

Estou nesse universo humano de muitas perguntas e poucas respostas...

Num almejar do nada em meio ao próprio nada...

E já não falo mais daquela crise existencial romantizada...

Mas dos pormenores que o universo cotidiano comporta!

***

O que é o meu corpo? Objeto marionete nesse mundo?

Repleto de obstáculos que não consigo ultrapassar...

E faltam mãos para me segurar...

Então minhas mãos tocam as estrelas, o profundo...

Mas meu corpo não sai do chão no qual "eles" o insistiram em fixar;

Já sou eu falando nesse momento que eu desconcertei?

Acho que agora nem eu mesma sei...

laripsyche
Enviado por laripsyche em 10/12/2005
Código do texto: T83437