Entender o passado...

Entender o passado

Eu sei o que é

Tudo ficou muito nublado

As estações são outras

Sei que tem a ver com o tesão

São algumas faltas de respostas

O medo é uma ave noturna

Destas asas, nenhum sinal de luz

Lampejos repletos de aforismos

Outra máscara assumida

Nem nessa parte, um flerte vacila

Nada sólido, águas turvas

Pequenas partículas de dor

E se, “mudaram as estações”

Não é preciso ocultar a face

Entender o presente

Amigo é aquilo que se faz

Outras são as maneiras de dizer sim

Se me pego entre abraços

Águas calmas, vida tranqüila

O meu medo não tem importância

Essas dores são pequenas estrelas

Entre o tesão e um vulto que dobra a esquina

Para quem fala em aprender

Outra perna para apoiar a mão

Se nada pode ser resposta

Todas as caras para se ter uma revolta

Tantos beijos partidos ao relento

Para mudar um simples trajar de roupa

Pouco cabelo que cresce neste corte

Entender o futuro

Um rosto envelhecido e disforme

Se procura aprender na impaciência

Algumas imagens ficam perdidas

Algumas palavras são reprimidas

Uma intenção de obliterar um trabalho definido

A parede estampa um branco em busca de perdão

Uma omissão de um gozo ressentido

Ficou para trás aquele olhar

Ficou alguma coisa esquecida

Esperando a nova estação

Um filme novo no ar

Aromas mais fortes para disfarçar

O coração que morde de angústia

Uma semente no Jardim irá florir.

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 28/03/2005
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