A MORTE

A morte

Apesar de injusta e fria

E mais ainda

Apesar da eficiência e eficácia

Com que trata a todos igualmente

Deve estar morrendo de raiva de mim...

Pois que desdenho da dita cuja

Desde que me entendo por gente

E rio alto da sua fraqueza

Da sua incapacidade...

Mesmo diante de tantas chances

De tantas ferramentas e possibilidades

Que dedico a essa entidade abjeta e rastejante

Não pôde ela me apanhar antes da hora...

Vivo intensamente

Abraçado a foice brilhante

E lambo sua lâmina pusilânime

Sem derramar sangue...

Desafio-a

Satirizo-a

Ridicularizo-a

Caçôo dela vivendo sem temê-la

E faço dela meu merecido descanso

Minha humana dádiva

E meu eterno regozijo...

Sigmar Montemor
Enviado por Sigmar Montemor em 26/01/2008
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