Sórdidas coisas

O pensar não voga,

O saber não faz,

O querer não é,

Se bem não for.

Tem que haver fé

Sem prover a dor.

Encontrar a paz

Sem tolhir a saga.

Só a luz projeta a sombra,

Só o rompimento traz a vida,

As sórdidas coisas ditas e feitas, estão.

Se apenas pensadas fossem, sordidas seriam.

As nobres palavras, são! Ditas ou não.

São sempre doces, gentis, sérias...

O vento cura, a mão afaga

Não só a dor. Esta, avisa.

O lustre tosco, fosco, afoga

a fuga e afoguenta a brisa.

As ditas sórdidas, são, pensadas ou não.

As nobres porém nunca sórdidas seriam.

Ainda assim, seriam palavras. Apenas!

A leveza da palavra contrapõe

a sordidez das coisas.

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