Espero-te
Espero-te
Como se esperam sonhos bons
Na janela
Aspiro a cada virada de esquina
Encontrar na retina
Um calor que um dia
Já acalentou corpo meu
Mas minha espera é infinda
São incontáveis olhadas
Pra uma esquina maldita
Espera vã, esquisita
Se ao menos soubesse razões
Da ausência que silencia
Todos os acordes
De nossas músicas
[hoje esquecidas]
Poderia passar, quem sabe
Por ti, como quem passa
Por desconhecido
Mas tenho esse vício
De me entregar
Pra amargura
Não te perdôo
Nem mesmo quando
Não restar nem mesmo
Manchas das feridas
Que hoje inda gritam
Abertas, ardidas
Vertendo sangue
sangrando vida