Espero-te

Espero-te

Como se esperam sonhos bons

Na janela

Aspiro a cada virada de esquina

Encontrar na retina

Um calor que um dia

Já acalentou corpo meu

Mas minha espera é infinda

São incontáveis olhadas

Pra uma esquina maldita

Espera vã, esquisita

Se ao menos soubesse razões

Da ausência que silencia

Todos os acordes

De nossas músicas

[hoje esquecidas]

Poderia passar, quem sabe

Por ti, como quem passa

Por desconhecido

Mas tenho esse vício

De me entregar

Pra amargura

Não te perdôo

Nem mesmo quando

Não restar nem mesmo

Manchas das feridas

Que hoje inda gritam

Abertas, ardidas

Vertendo sangue

sangrando vida

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 26/01/2008
Código do texto: T833558