ÁVIDA CERTEZA

Os que procuram, por evidente,

Perdem terreno aos que já sabem

Atentai bem para o fato

De que essa dor, esse lamento,

Dissipar-se-á em algum momento.

Porém, encrustada como brilhante

Solitário, em um aro de ouro

Egoísta, no enquanto ficarei

Ao recolhimento.

E será assim o meu amor monologado

Uma bifurcação, definitivamente,

Uma contradição

Entre o sexo e o desespero

Entre o saudoso e o esmero.

Clamo atenção apenas ao móbile

De meu viver em-si-mesmado:

Uma despedida. E um chamado.

Não me restarão senão, alguns chorados

Leites derramados

E a falta de um fôlego postiço

Que freementes suspiros demonstram

Chaga crônica na respiração.

Perdoa se a tua ausência

Enseja o meu desvario, é que

Veemente à alforria tornada a mim

Esbravejo: - Partistes, eu sei!

Não sei se partindo também me junto -

(Quantas são mesmo as possibilidades?)

À mortal certeza havida que findo.

Kadja Ravena
Enviado por Kadja Ravena em 26/01/2008
Reeditado em 13/06/2011
Código do texto: T833338
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